O tempo que voa

Nos dias de hoje temos a sensação que o tempo está passando cada vez mais depressa. Porém, poucas vezes paramos para refletir se é realmente o tempo que passa rápido demais ou se nós deixamos de aproveitar pequenos fatos do cotidiano por estarmos imersos em uma lógica de consumo que não permite o desperdício de tempo. Nesta lógica, perdemos qualidade de vida, pois tudo o que não traz sucesso profissional é desvalorizado, o que acaba por tornar nossas experiências repentinas e esvaziadas de sentido.

Esse cenário é muito propício para o adoecimento e sofrimento dos seres humanos que se sentem desvalorizados e desamparados, pois, na atualidade, há uma negação da nossa condição humana e, portanto, da nossa fragilidade. Sendo assim, as experiências que não são capazes de trazer prazer imediato são rechaçadas, o que contribui para a constituição de uma subjetividade egocêntrica e narcisista.

Sentimos o tempo passar rápido demais porque não estamos experienciando a vida, simplesmente corremos contra o relógio para dar conta de todas as exigências que nos são impostas. Na sociedade atual, atingir metas e alcançar bons resultados acaba sendo mais importante do que todo o processo que percorremos para chegar à tão sonhada plenitude. Então esquecemos que a felicidade esta presente em todo o processo e ficamos conectados somente “aos finalmentes” da busca, sendo assim o sentido da conquista acaba se perdendo e o que resta é um sentimento de frustração e desapontamento. Porém, nesta busca incessante pela felicidade esquecemos de nos perguntar o que nos fará bem e, muitas vezes, deixamos de olhar para os outros que estão em nossa volta porque o temos como um inimigo, um concorrente na corrida em busca da felicidade.

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Essa corrida, que parece não ter fim, contribui para a fragilidade das relações e das experiências que realmente fazem a vida ter sentido, pois não podem ser contabilizadas e estão para além dos sorrisos e poses encontradas nas fotografias postadas em redes sociais, que representam apenas um recorte de um instante. Porém, hoje em dia, há uma série de propagandas que nos estimulam a aproveitar o tempo, mas na verdade seu único compromisso é em anunciar um produto, e não em fazer as pessoas mais felizes.

O tempo que nos deixa marcas

Frente a todos esses apontamentos, como podemos deixar de responder a todas essas exigências e parar, nem que por um instante, para olharmos para nós mesmos? Certamente não há fórmulas mágicas para respondermos uma questão tão complexa. Esse pode ser um trabalho longo de muita reflexão, pois muitas vezes deixamos de criar nossas raízes para corrermos em busca de mais e mais experiências. Mas esta preocupação pode nos levar a caminhos que não nos satisfazem.

Nesta corrida contra o relógio, em que somos pressionados a viver intensamente todos os instantes da vida, acabamos perdendo a possibilidade de parar para refletir sobre quem somos e para onde queremos chegar. Esse tempo de reflexão é visto como desperdício, mas na verdade ele se faz cada vez mais essencial, porque sem ele corremos o risco que nos perder em meio a tantas demandas e, principalmente, de desvalorizarmos nossas experiências passadas.

Para a Análise Bioenergética cuidar de si próprio também é cuidar do outro, pois despender tempo para o cultivo do nosso bem estar nos faz perceber o que realmente importa para nossas vidas. Para isso, a análise bioenergética dispõe de uma técnica conhecida como grounding, que possibilita aos sujeitos a estimulação de vibrações a partir da atividade de músculos e da respiração, a fim de promover o enraizamento da verdade do próprio corpo, integrando as emoções e os sentimentos.

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Essa forma de experienciar esses afetos nos possibilita vivenciar melhor o que está ao nosso redor, aproveitar melhor o nosso tempo, além de nos defrontarmos com quem somos realmente. Desta forma, a conscientização de si próprio e do próprio corpo potencializa o contato com o outro e com o meio ambiente, o que pode fortalecer nossas relações e nossos vínculos de amor e amizade.

Percebemos com isso que a questão fundamental deixa de ser o tempo, mas sim o bem-estar e os vínculos que construímos ao longo da vida. Caso não estejamos saudáveis tudo o que nos circunda parece sem importância, se ao contrário, pudéssemos desfrutar melhor das nossas experiências, certamente, nossas relações poderiam ser mais plenas, nosso tempo poderia ser mais produtivo e , com isso, poderíamos desfrutar do nosso bem-estar.

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Abraço,

Vanessa Ganzerli

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